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O que é educação socioemocional e como colocá-la em prática?

A educação socioemocional possibilita o desenvolvimento integral dos estudantes, preparando-os para a vida. Ficou interessado?


A educação socioemocional, contemplada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), pretende contribuir para o desenvolvimento integral de crianças e jovens, incorporando competências e habilidades que vão além do aspecto cognitivo da aprendizagem.

Para além da aquisição dos conteúdos específicos de cada componente curricular, tal abordagem objetiva preparar os estudantes para a vida em sua amplitude. Em outras palavras, ela pretende instrumentalizá-los para buscar o conhecimento e colocá-lo em prática, bem como para estabelecer relações éticas e saudáveis com os outros e consigo próprio.

Pensando nisso, selecionamos informações que vão ajudar você a compreender melhor o que significa a educação socioemocional e como torná-la uma realidade. Confira abaixo!

O que é educação socioemocional?

A educação socioemocional é um processo de ensino e aprendizagem que visa à aquisição de conhecimentos que vão para além do aspecto cognitivo. Dito de outro jeito, seu principal objetivo é possibilitar o desenvolvimento de habilidades e competências que ajudam crianças e jovens a gerenciar seus próprios comportamentos e emoções e a construir relacionamentos respeitosos e saudáveis.

Desse modo, os estudantes aprendem a traçar e alcançar objetivos positivos, agir de forma autônoma, empática e ética, tomar decisões responsáveis, conviver com as diferenças e ainda lidar com situações desafiadoras que porventura possam surgir. De maneira geral, a proposta é, sobretudo, preparar os estudantes para a vida.

Por que ela é tão importante?

Conforme pudemos verificar, a educação socioemocional abrange as diversas esferas do desenvolvimento humano — físico, cognitivo, social e emocional—, trabalhando os seus aspectos de forma integrada e prática. No entanto, privilegia habilidades que estão relacionadas à autogestão dos comportamentos e emoções que, por sua vez, impactam positivamente sua relação consigo e com o mundo ao seu redor.

Tal abordagem estimula o processo de autoconhecimento e, consequentemente, aumenta a capacidade de autocontrole, a autoconfiança, a autonomia, dentre outras habilidades intrapessoais. A capacidade de administrar os próprios pensamentos, sentimentos e condutas favorece igualmente os relacionamentos interpessoais.

Além dos resultados positivos no âmbito comportamental, os estudantes que têm acesso a uma aprendizagem socioemocional apresentam melhores desempenhos acadêmicos.

Quais as principais competências trabalhadas?

As habilidades mais importantes trabalhadas pela educação socioemocional estão divididas em cinco tipos basilares. Em torno de cada um desses pontos, elabora-se um aprendizado capaz de orientar os estudantes em sua jornada pessoal. São eles:

  • autoconsciência: conhecer a si mesmo, os seus pontos fortes e as suas vulnerabilidades;
  • autorregulação: ser capaz de administrar suas emoções e seus comportamentos, a fim de alcançar objetivos predefinidos, manter a própria motivação e gerir o próprio estresse;
  • habilidades de relacionamento: saber mediar conflitos, adquirir comunicação clara e eficaz, ter empatia, praticar escuta ativa, trabalhar de modo cooperativo etc.;
  • tomada de decisão responsável: optar por caminhos construtivos, responsáveis e seguros, que levem em consideração todas as necessidades envolvidas;
  • consciência social: compreender, respeitar e valorizar as diferenças (de raça, gênero, religião, cultura, entre outras), pensar e agir de maneira crítica e ética.

E quais são os pilares da educação socioemocional?

Os chamados quatro pilares da educação socioemocional contemplam as competências mencionadas. Podemos dizer também que envolvem três dimensões fundamentais para o desenvolvimento humano: emocional, social e ética. A seguir, conheça um pouco sobre eles!

Aprender a conhecer

O enfoque é no desenvolvimento da curiosidade, do senso crítico e da vontade de explorar, experimentar e, principalmente, buscar variadas fontes de conhecimento. Em outras palavras, esse pilar enfatiza a necessidade de promover a autonomia intelectual dos alunos, tornando-os sujeitos capazes de discernir e tomar decisões responsáveis.

Aprender a fazer

Aqui entra em jogo o aspecto prático do conhecimento, ou seja, a capacidade de concretizar e de realizar ideias de maneira autônoma, criativa e inovadora. Sendo assim, busca-se tornar crianças e adolescentes aptos a solucionar problemas, atuar em momentos desafiadores e ir além dos modelos preexistentes de pensamento e ação.

Aprender a conviver

Aquisição de habilidades que possibilitam o estabelecimento de relações harmônicas, positivas, éticas e respeitosas com as outras pessoas. Valorizar a diversidade também é um aspecto relevante desse pilar. Dito de outro modo, significa tornar o estudante apto para conviver em sociedade, colocar-se no lugar do outro, praticar a não violência (na comunicação e na conduta) e desenvolver o espírito solidário e colaborativo.

Aprender a ser

Refere-se tanto ao respeito e cuidado consigo próprio quanto à responsabilidade por suas ações. Autoconhecimento, autocontrole, autoconfiança, construção de identidade, sensibilidade, autonomia e ética são pontos considerados. Esse pilar estimula a diversidade de personalidades, de talentos e de inteligência, de forma a evitar o estabelecimento de um padrão único.

Como colocá-la em prática?

A educação socioemocional causa um impacto positivo na vida dos estudantes e também em seu rendimento escolar. Por isso, ela não pode ser considerada um apêndice do processo de ensino e aprendizagem, ou seja, como algo irrelevante e opcional.

Ao contrário, cada dia mais estudiosos do assunto revelam a sua importância e apontam para a necessidade de uma implementação sistêmica em toda a escola e na sala de aula — o que quer dizer que ela não deve ser apresentada de modo apartado do currículo, mas sim integrada a ele.

Mais do que isso, para promover um aprendizado socioemocional efetivo, é necessário que toda a comunidade se esforce para aplicá-lo no cotidiano escolar. Além do mais, é preciso existir uma parceria de fato e um diálogo contínuo com as famílias dos alunos, de modo que assumam o mesmo compromisso.

No que se refere ao fortalecimento da identidade das crianças e dos adolescentes e do respeito às diferenças, é fundamental que tanto as instituições de ensino quanto os pais forneçam vivências que possibilitem experimentações e descobertas variadas (artísticas, estéticas, científicas, desportivas, sociais, culturais etc.).

Ambiente participativo, diverso, equitativo e acolhedor, interações positivas entre a equipe escolar e os alunos e integração das habilidades socioemocionais ao currículo são formas de tornar a educação socioemocional uma realidade, colaborando com o futuro dos estudantes e com o de toda a nossa sociedade.



Fonte: https://escoladainteligencia.com.br/blog/educacao-socioemocional/